segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Algumas razões para ser candidata - Isabel Varandas

Aceitar um desafio como este, de vir a representar os meus colegas no órgão máximo de gestão da nossa magistratura, o CSMP, não é uma decisão fácil, mas como dizer que não, perante o voto de confiança que esse repto comporta e face aos tempos difíceis que passam e que ainda virão?

            Parece-me que é tempo de contrariar o conformismo, de não ficarmos na inércia de aceitar “o que vem de cima”, de um sistema opaco e pouco objectivo. Tempo de quebrar hábitos comuns de ficar cada um no seu canto, no seu gabinete, criticando por boas razões, mas sem disso retirar consequências.

Assim, aceitei ser candidata,

- porque me identifico com o projecto comum que tem sido delineado nas últimas Assembleias Gerais e último Congresso do SMMP, desde logo a defesa da dignidade profissional de todos e de cada um dos Magistrados do MP e da autonomia desta magistratura, a nível externo e interno, de forma firme e coerente;

- porque é um imperativo contribuir para uma actuação do CSMP, seja a nível disciplinar, seja a nível da notação, colocações, promoções e demais gestão dos serviços, verdadeiramente pautada por critérios de objectividade, justiça relativa, adequação, transparência e equidade;

- porque importa reflectir e criticar a realidade, a nossa realidade profissional quotidiana, feita de boas e más práticas, mas também há que intervir e participar no sentido da sua efectiva mudança e renovação, numa perspectiva de união, congregação de esforços, prestação de contas quanto à tarefa de representação, garantia de comunicação com todos, determinação e capacidade de intervenção, pressupondo claramente a ausência de estratégias individuais de afirmação e a consciência de um espírito de serviço que nos anima.

            Já durante os contactos com os colegas durante esta «campanha», uma colega que não conhecia disse-me à saída da reunião no tribunal, com muita firmeza: «Defenda a nossa dignidade». Tomei nota, não esqueço, não poderei esquecer.


 Maria Isabel Varandas Fernandes

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